Jornalista relembra matéria com ídolo do rock brasileiro

 Jornalista relembra matéria com ídolo do rock brasileiro

André Molina
Em 2010 tive a oportunidade de entrevistar o cantor e compositor Marcelo Nova, que se consagrou no cenário do rock brasileiro da década de 1980 com a banda Camisa de Vênus e, em seguida, foi parceiro de Raul Seixas no álbum “Panela do Diabo”, já no fim da década.
O álbum é um registro histórico não só por ter buscado a renovação do estilo de Raul Seixas como também por ter sido o último disco do Raulzito em vida.
Em memória dos 29 anos sem Raul, exponho passagem da entrevista sobre a parceria de Marcelo Nova com Raul Seixas. A íntegra foi publicada no meu livro “O divã do rock brasileiro”, lançado em 2013.
Após lançar alguns trabalhos solos você estabeleceu uma boa parceria com Raul Seixas. Sendo um fã do Raul como foi ter a oportunidade de trabalhar com ele e lançar um grande disco? Na época, Raul não passava por uma boa fase.
Marcelo Nova: Na verdade Raul nunca precisou da ajuda de ninguém. O que houve entre a gente foi uma grande amizade e depois um respeito mútuo. Quando surgiu a oportunidade de fazer um trabalho juntos fomos convidados por Andre Midani, que na época era o diretor geral da Warner, para fazer um disco de dois artistas que estavam fazendo uma turnê e acabaram compondo algumas músicas. O resultado desta parceria está no disco “Panela do Diabo”. Ali está o registro do que fizemos juntos.
Se Raul Seixas não tivesse morrido, a parceria poderia ter gerado mais trabalhos?
Na verdade não. Ele faleceu em agosto de 1989 e tínhamos planejado trabalhar juntos até dezembro. Depois ele seguiria o caminho dele e eu o meu. Não éramos uma dupla sertaneja. Não havia nenhum plano de estabelecer carreira com o projeto. Foi um trabalho paralelo de ambos os artistas.
Para você, qual é o grande disco do Raul Seixas?
Raul tem grandes discos, mas um dia eu disse a ele: “Raulzito meu disco favorito é o Novo Aeon”. Ele disse “é o meu também” e não falamos nunca mais sobre isso.