Curitiba recebe show do Roger Waters na véspera de eleição. Apresentação esbarra na Lei Eleitoral?

 Curitiba recebe show do Roger Waters na véspera de eleição. Apresentação esbarra na Lei Eleitoral?

E não é que logo a “República de Curitiba” foi uma das cidades do Sul escolhidas para encerrar a polêmica turnê brasileira do líder do Pink Floyd, Roger Waters, que recebeu vaias e aplausos de um país dividido por causa de sua mensagem “#elenão”, em um telão ao final da apresentação em São Paulo no último dia 09 de outubro.

Na ocasião, o público, que em comum sustenta a admiração pela obra do Pink Floyd, se separou ideologicamente. Alguns fãs se sentiram ofendidos por simpatizarem com o candidato à presidência da República, Jair Bolsonaro, chamado de fascista na apresentação pelo ex-líder do Pink Floyd.

E a turnê do Roger Waters não acontece em um mês qualquer. O país passa por um dos períodos eleitorais mais conturbados de sua história política, em que os eleitores travam brigas e desentendimentos, que dominam as redes sociais, como Facebook e Whatsapp.

E como não se bastasse, o show está marcado para acontecer em Curitiba no dia 27 de outubro (véspera das eleições presidenciais do segundo turno). Mas e apologia à ideologia política em período eleitoral pode? Realizar encontro de diversas pessoas para manifestar determinada preferência política é permitido? Estas são dúvidas que podem assombrar os fãs que já têm o ingresso comprado para ir ao show.

De acordo com a legislação eleitoral, é proibido fazer manifestação política pública em reunião na véspera e só é permitida entrega de material de campanha até às 22 horas do dia.

Ao tomar conhecimento desta coincidência, será que não existe o risco de o show do Roger Waters não acontecer em Curitiba?

Ao ser consultado, o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) argumenta que “não existe problema a não ser que haja abuso e alguém incomodado denuncie”.

Para o advogado Luiz Henrique Hartinger, especialista em Direito Eleitoral, “Não existe risco de o show não ocorrer. O show é fruto de uma turnê de artista estrangeiro e não se enquadra como showmício, o que é vedado pela legislação eleitoral. Caso haja algum tipo de abuso, isso terá de ser aferido após a realização do show”.

Esta é uma questão que diversos fãs da banda inglesa devem se preocupar em uma conjuntura onde os debates políticos assumiram o protagonismo do evento.
Porém, o que vale mesmo é os admiradores desta histórica banda relaxarem para celebrar a obra do Pink Floyd e deixarem um pouco de lado suas convicções políticas. Eleição é bom mesmo pensar só no dia seguinte…